Uma arte secular, com origens no século XVI, que parte do aproveitamento dos excedentes de barro das atividades utilitárias da olaria. Estes eram utilizados para criar brinquedos, frequentemente com apitos ou outros pequenos instrumentos sonoros, e peças decorativas durante os tempos de lazer na periferia do ofício principal.
O figurado passa de atividade secundária até ao apogeu quando se transforma em obras de arte assinadas pelos seus artífices, especialmente a partir do final da década de 1950.
As características distintivas do figurado de Barcelos são o uso de cores vivas e expressivas com uma temática variada nas suas representações que vão desde cenas do quotidiano a figuras religiosas e de profissões tradicionais até ao bestiário e demais elementos fantásticos.
Por ser um processo artesanal, cada figura é moldada e pintada manualmente, resultando em obras únicas e irrepetíveis que se colecionam como verdadeiras obras de arte.
O ícone mais conhecido do figurado é, sem dúvida, o Galo de Barcelos, símbolo de boa sorte e prosperidade.
Uma curiosidade, sabia que a sua origem remonta a uma lenda medieval, em que um homem galego, a caminho de Santiago de Compostela, foi injustamente condenado à morte. Antes de ser enforcado, ele pediu para ser levado até o juiz responsável pela sua condenação. Quando lá chegou, apontou para um galo assado e afirmou que, se fosse inocente, o galo cantaria. Milagrosamente, o galo cantou, e o homem foi salvo, tornando-se símbolo de fé e esperança. Hoje, o Galo de Barcelos é reconhecido mundialmente, sendo um dos maiores emblemas culturais de Portugal.
De Barcelos, cidade bela também pela excecionalidade da sua localização, ou do coração do Minho para o mundo numa fruição qualitativa e excelsa do que de melhor se produz em Portugal.