Esta diretiva, aprovada em junho de 2023, obriga os Estados-membros a transpor para a sua legislação medidas que visam aumentar a transparência salarial e combater a discriminação salarial, especialmente entre homens e mulheres. Estamos no início de 2025 e, embora falte apenas um ano para a sua implementação, muitos desafios ainda precisam de ser ultrapassados.
O que prevê a diretiva?
A diretiva exige que as empresas europeias adotem práticas de transparência salarial, nomeadamente:
A realidade portuguesa
Um estudo recente da Mercer Portugal revelou que 40% das empresas portuguesas admitem não conhecer a diretiva nem as suas implicações legais. Esta situação é preocupante, tendo em conta que a transparência salarial é uma das ferramentas fundamentais para reduzir a desigualdade salarial entre géneros, que na União Europeia ronda os 13%.
Segundo especialistas em Direito do Trabalho, a falta de conhecimento sobre a diretiva representa um risco significativo de não conformidade, o que pode resultar em penalizações severas para as empresas. Para além das implicações legais, a transparência salarial desempenha um papel crucial na criação de um ambiente de trabalho mais justo, onde a confiança dos trabalhadores é reforçada.
Desafios para as empresas
Entre os principais desafios identificados, destacam-se:
Os responsáveis pelos recursos humanos alertam que muitas organizações ainda veem a transparência salarial como uma imposição burocrática, em vez de uma oportunidade para atrair e reter talento.
Benefícios da transparência salarial
Para além de assegurar a conformidade legal, a transparência salarial oferece vários benefícios:
O papel dos advogados na transição
Os escritórios de advocacia têm um papel crucial no apoio às empresas nesta transição. Desde a revisão de contratos e políticas internas até à realização de auditorias salariais, é essencial que as organizações procurem assessoria jurídica especializada.
Segundo a Ordem dos Advogados, "a diretiva representa uma mudança de paradigma, obrigando as empresas a adotarem uma abordagem mais proactiva na promoção da igualdade." A Ordem alerta também que "a não conformidade pode resultar em sanções financeiras e reputacionais, afetando a sustentabilidade das organizações."
Com apenas um ano para a implementação da Diretiva Europeia sobre Transparência Salarial, é crucial que as empresas iniciem o processo de adaptação. Para além de cumprir a legislação, a transparência salarial é uma oportunidade para construir um mercado de trabalho mais justo e atrativo. A preparação atempada, com o apoio de profissionais qualificados, será determinante para enfrentar os desafios e aproveitar os benefícios desta nova era no mundo laboral.